Sobre

Quer esteja a gerir um café à beira da estrada, uma clínica ou a fazer venda da apanhado dia, a refrigeração fora da rede não é algo que se considere de ânimo leve em África. Adquirir um frigorífico, um gerador para alimentá-lo e combustível para o gerador custa centenas ou milhares de euros. Aos empresários restam duas escolhas prejudiciais ao meio ambiente: realizar este investimento e colocar o gerador a funcionar ininterruptamente ou deitar ao lixo o stock no final do dia. Um frigorífico económico alimentado a energia solar poderá ser uma terceira escolha limpa caso seja possível responder a uma pergunta complicada: o que fazer quando a luz solar vai embora?

A Koolboks está a dar resposta a essa pergunta e a reformular a economia da cadeia de frio fora da rede, partindo de um ponto improvável. Ayoola Dominic e Deborah Gael fundaram inicialmente a empresa para fabricar um refrigerador motorizado com um sistema de som integrado para parques de campismo europeus e festas na praia. Nessa altura, os fundadores, que têm familiares na Nigéria, perceberam que a sua tecnologia poderia exercer um impacto positivo num mercado completamente diferente: pequenas empresas por toda a África que se viam forçadas a desperdiçar alimentos ou queimar combustível devido a refrigeração inacessível ou ineficiente.

O próximo passo era tornar esta ideia num novo tipo de frigorífico solar: um frigorífico que pudesse solucionar o problema de luz solar intermitente sem necessitar de baterias dispendiosas. Em vez disso, a Koolboks utiliza uma “bateria” de gelo, uma bolsa de gel que se mantém  sólida durante períodos de sol soalheiros para manter a temperatura do frigorífico por até quatro dias entre cargas. Isto completou o pacote Koolboks– um frigorífico numa seleção de tamanhos com uma “bateria” de gelo interna e um painel solar independente – uma solução simples e económica para manter as mercadorias refrigeradas ou congeladas em qualquer lugar, sem o custo de uma bateria tradicional ou a pegada de carbono de um gerador.

O nosso apoio

Quando a Koolboks apresentou a sua candidatura ao apoio consultivo do Finance Catalyst do GET.invest em 2021, vários investidores já tinham mostrado interesse no potencial da tecnologia para pequenas empresas em África, especialmente para mulheres empreendedoras. Mas a Koolboks estava a deparar-se com termos e com condições difíceis de investidores, dado que ainda não estavam convencidos em relação ao potencial de vendas diretas ao consumidor na base da pirâmide económica da Nigéria.

Uma peça central da solução foi o modelo de pagamento conforme o uso (pay-as-you-go) e a tecnologia de monitorização remota que a Koolboks já tinha testado, permitindo aos clientes pagar a partir de 9 € por mês para terem acesso a refrigeração nos seus negócios. Com esta abordagem, a Koolboks já distribuiu mais de 10.000 unidades em 25 países. Os clientes mostraram-se entusiasmados com esta solução acessível, que lhes permite conservar peixe fresco e expandir-se para novas áreas, como a venda de refeições preparadas. 

Com evidências como esta, a modelação financeira da GET.invest tornou-se uma parte fundamental nas negociações para o financiamento inicial. O Finance Catalyst da GET.invest criou um modelo detalhado que transformou as folhas de contas existentes da Koolboks e os seus sucessos num plano de negócios orientado para o futuro. O modelo incorporava cinco tamanhos de frigoríficos com uma combinação de vendas diretas e opções de pagamento conforme o uso por 12 ou 24 meses. As projeções de vendas e as preferências contratuais para cada combinação serviram de base para analisar os custos de manutenção deste portefólio, bem como para definir uma estrutura de capital. Com este modelo e o apoio transacional do Finance Catalyst, os fundadores conseguiram negociar melhores condições com os investidores iniciais, garantindo um financiamento de 2,5 milhões de euros em novembro de 2022, o que posicionou a empresa para preencher um grande inventário e crescer rapidamente. 

O resultado

Após o investimento inicial seed, a GET.invest continuou a colaborar com a Koolboks, à medida que a equipa de gestão tomava decisões estratégicas sobre o negócio e a estrutura de capital. A angariação de fundos da Série A começou pouco depois, com a GET.invest a continuar a atualizar o modelo financeiro, ao mesmo tempo que o transferia progressivamente para a equipa financeira da Koolboks. Em setembro de 2025, a Koolboks concluiu a Série A com mais de 9,3 milhões de euros, incluindo financiamento em capital próprio e dívida. 

A ronda seed original foi um primeiro passo importante para a tecnologia acessível e com zero emissões da Koolboks, e o fecho da Série A representa um segundo passo ainda mais significativo. Mas a empresa vê um caminho muito mais longo pela frente. Com o financiamento da Série A, construirá uma fábrica de montagem na Nigéria, o que permitirá diversificar a base de fornecedores e montar os frigoríficos localmente.  =

A Koolboks pretende agora tornar a sua inspiradora combinação de sol e gelo numa parte integrante dos negócios em todo o continente. A sua ideia elegante irá descarbonizar o segmento mais negligenciado do mercado de refrigeração, evitar o desperdício e tornar muito mais limpa a conservação de alimentos e produtos nas zonas rurais de África. 

Isenção de responsabilidade: Esta história foi atualizada pela última vez em outubro de 2025.